Escolher a lâmpada ideal para seu projeto nem sempre é tarefa fácil. Existem muitos modelos de lâmpada no mercado e a definição pode parecer um pouco confusa. Eu desenvolvi esse guia para que você possa ter uma compreensão geral do mundo da iluminação e saber como escolher lâmpada com mais facilidade no futuro.
TIPOS DE LÂMPADAS
Bom agora que você já conheceu os equipamentos auxiliares necessários para o funcionamento das lâmpadas vamos falar sobre as lâmpadas em si.
Existem basicamente 3 tipos de lâmpadas, as que são utilizadas para iluminação geral, as que são usadas para iluminação de destaque e as que são usadas para iluminação decorativa.
Claro que isso é uma separação que generaliza muito o uso das lâmpadas e elas não precisam se limitar a estas aplicações, mas essa divisão nos ajuda a entender melhor como elas funcionam.
ILUMINAÇÃO GERAL
As lâmpadas de iluminação geral são caracterizadas por jogarem luz para todos os lados, não terem um facho de luz específico.
LÂMPADA BULBO
A lâmpada bulbo é a mais clássica de todas porque substitui diretamente as antigas lâmpadas incandescentes que por muito tempo foram as lâmpadas mais utilizadas do mercado.
A bulbo utiliza soquete tipo rosca E27 e é uma lâmpada muito versátil porque existe nas temperaturas de cor quente, neutra e fria, embora a quente e a fria sejam mais fáceis de serem encontradas no mercado.
Além disso, esse modelo existe em diversas potências e fluxos luminosos, o que possibilita que ela seja utilizada não apenas em ambientes residenciais, mas também em comerciais que exigem níveis de iluminação mais elevados.
A bulbo é bastante utilizada em abajures, plafons e alguns tipos de luminárias pendentes.
LÂMPADA MINI BULBO
A mini bulbo é literalmente uma miniatura da lâmpada bulbo.
Ela existe tanto na versão com base E27 como na E14, embora seja mais fácil de encontrar na E27 e, diferentemente do modelo bulbo, ela é mais encontrada nas temperaturas de cor quentes.
A potência dessa lâmpada geralmente é em torno de 3W com 250lm, pelo tamanho reduzido ela tem uma limitação em performance.
Um ponto importante é que geralmente esse tipo de lâmpada não permite dimerização.
Com relação a aplicações, a mini bulbo é bastante utilizada em luminárias menores, onde a lâmpada bulbo não cabe ou onde ela ficaria aparecendo. Além disso, também é utilizada naqueles espelhos tipo camarim quem tem várias lâmpadas.
Ela também é bastante utilizada naqueles cordões de luz geralmente utilizados em áreas externas para decoração de festas ou de áreas externas de bares e restaurantes, porém é importante lembrar que esta lâmpada não tem IP apropriado para instalação em áreas externas, então para este tipo de aplicação o ideal é que seja uma instalação temporária, pois as lâmpadas poderão queimar precocemente.
LÂMPADA VELA
A vela é bem parecida com a bulbo e a mini bulbo, o que muda é basicamente o formato.
Ela é encontrada nas bases E27 e E14, embora as E14 sejam mais comuns no mercado.
Assim como as lâmpadas mini bulbo, elas são mais facilmente encontradas nas temperaturas de cor quentes e estão disponíveis geralmente com 3W e 250lm, porém neste caso já é mais fácil de encontrar modelos dimerizáveis.
Com relação à aplicação, essa lâmpada é usada bastante em abajures e lustres que tenham base E14.
LED TUBULAR
A lâmpada LED tubular é outra que, assim como a bulbo, foi super bem absorvida pelo mercado depois do seu lançamento. Como as lâmpadas tubulares são muito usadas em aplicações comerciais e para empresas o custo de manutenção é bem relevante, muitas já migraram para o LED.
É importante ter em mente que para trocar a lâmpada tubular convencional para o LED, é necessário remover da instalação o reator, já que a lâmpada convencional exigia reator e a LED não exige. Já foram desenvolvidas algumas lâmpadas em que não é preciso retirar o reator, é só tirar a velha e colocar a nova, mas ainda não são a maioria.
Sobre as características técnicas, elas utilizam o soquete G5 ou G13, dependendo se são do modelo T5 que é o mais fininho ou do T8 que é o mais grosso e existem em branco quente, neutro e frio.
Talvez a maior variável do mercado dentre essas lâmpadas seja a vida. A maioria das lâmpadas tem 25.000h de vida, mas existem versões com 30.000 e até 50.000h de vida, que são principalmente usadas para aplicações comerciais, já que essa diferença de vida interfere diretamente no preço inicial mas também na redução dos custos de manutenção e, consequentemente no cálculo de retorno de investimento.
Com relação às dimensões, as lâmpadas tubulares convencionais existem em 2 tamanhos: 60cm e 120cm e as LED seguem o mesmo padrão. Normalmente as de 60W tem em torno de 9W e 950lm e as de 1,20m tem 18W e 1850lm.
Esses modelos geralmente não são dimerizáveis.
Falando em aplicações residenciais, a lâmpada tubular é bastante usada para promover luz indireta como em sancas e cortineiros, além de ser utilizada em luminárias lineares funcionais ou decorativas.
ILUMINAÇÃO DE DESTAQUE
As lâmpadas para iluminação de destaque são aqueles modelos que têm um facho definido para focar e dar destaque a algo ou valorizar texturas.
Geralmente trabalham com 3 a 4 tipos de fachos, sendo que o mais aberto encontrado é geralmente de 60°, portanto comparando à uma lâmpada que joga luz para todos os lados, o de facho de 60° ainda é bem definido, mas os fachos mais comuns de serem encontrados são de 12°, 24° e 36°.
Existem 3 famílias de lâmpadas para serem usadas como iluminação de destaque, as dicróicas, as PAR e as AR. É importante entender bem essas 3 famílias e as diferenças entre elas. Essa é uma das principais dúvidas de quem começa a projetar iluminação. Quando usar uma e quando usar outra.
Temperatura de cor desses modelos é geralmente de 2700K por alinhamento frente às lâmpadas convencionais que eram todas de temperatura quente, mas alguns fabricantes disponibilizam os modelos LED em 4000K ou 6500K, porém são mais difíceis de encontrar.
Outro fator relevante e bem interessante sobre esse tipo de lâmpadas é que são produtos facilmente encontrados com IRC>90 e existem boas opções com preços bons, além disso, é bastante comum encontrar modelos dimerizáveis.
DICRÓICA
As lâmpadas dicroicas são modelos de lâmpadas que proporcionam um facho bem marcado e são muito interessantes para valorizar objetos de decoração ou nichos ou então até mesmo para complementar a iluminação geral do ambiente.
Outra questão a favor desse modelo é que o tamanho é bastante reduzido (especialmente na versão mini), então a instalação fica bem delicada no forro.
Elas existem para utilização com 2 opções de soquetes, ou GU5,3 ou GU10, sendo que a GU10 é mais comum porque liga diretamente na rede, não necessita de driver.
LÂMPADAS PAR
As lâmpadas PAR trabalham com fluxos luminosos maiores do que a dicroica. Também é importante ter em mente que ela é maior do que a dicroica em diâmetro e em altura o que impacta bastante na escolha da luminária e na aplicação.
Quanto à aplicação, a PAR20 é indicada para pés-direitos simples residenciais de até 3m. A PAR 30 já é adequada para pés-direitos mais elevados, até cerca de 4m e a PAR38 para pés-direitos duplos. Além disso essas lâmpadas também são largamente utilizadas em jardins e existem modelos específicos para esta aplicação com IP apropriado.
LÂMPADAS AR
O modelo AR é a lâmpada mais sofisticada das lâmpadas de destaque. Isso porque o LED fica escondido e não é possível ver a fonte de luz, o que reduz sensivelmente o ofuscamento. Por outro lado, é um modelo mais caro do que as anteriormente apresentadas.
As duas lâmpadas da família são a AR70 e a AR111, que recebem essa numeração em função do diâmetro da lâmpada. A AR 70 é adequada para utilização em pés-direitos simples, de até 3m e a AR111 é adequada para pés-direitos duplos.
A base delas é GU10, então elas são diretamente ligadas na rede elétrica. Um ponto importante é que as AR convencionais utilizavam um outro soquete, então neste caso específico, se a intenção for fazer um ‘retrofit’ será necessário trocar o soquete da luminária também.
ILUMINAÇÃO DECORATIVA
Este tipo de lâmpada é caracterizado por não ter uma função apenas de iluminação, mas ela por si mesma também é uma peça decorativa no ambiente.
LÂMPADA BIPINO
Essa lâmpada possui um tamanho muito reduzido. Ela está disponível na base G4, que necessita de driver e também na G9 que é ligada diretamente na rede (similar ao que acontece com as lâmpadas dicroicas).
Geralmente estes modelos não são dimerizáveis.
Elas são aplicadas em luminárias em que o tamanho reduzido da lâmpada é importante para o design, como em arandelas pequenas ou ainda luminárias pendentes em que a intenção é que as lâmpadas fiquem “invisíveis”.
BULBOS DECORATIVOS
E por fim os bulbos decorativos são modelos de base E27 ou E14, sempre em temperatura de cor quente.
Essas lâmpadas existem nos mais diversos formatos, acabamentos, potências e fluxos luminosos e existem modelos dimerizáveis e não dimerizáveis, isso é importante observar.
Elas são aplicadas para serem vistas, pois elas mesmo são uma peça de decoração no ambiente, por isso geralmente o fluxo luminoso não é muito alto, caso contrário poderiam causar ofuscamento.
Por essa razão muitas vezes elas são utilizadas em conjunto de várias lâmpadas.
CONCLUSÃO
Bem chegamos ao fim desse artigo sobre como escolher lâmpada. É importante que você tenha em mente que um projeto interessante mescla vários tipos de solução de iluminação para se adequar à todas as necessidades e usos do ambiente.
Esse artigo foi longo, mas espero que te ajude em todas as suas dúvidas. Compartilhe com seus amigos que também precisam dessas informações!
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Até a próxima!